Padre vira alvo do MPF por dizer que RS ‘abraçou o satanismo’

No Mato Grosso do Sul, um padre relacionou a  tragédia que afeta 2,3 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul à falta de fé, acrescentando que a região “abraçou a bruxaria e o satanismo”. Dado isso, o MPF (Ministério Público Federal) sul mato-grossense abriu uma “notícia de fato” para investigar a declaração do sacerdote.

A denúncia chegou ao MPF no dia 20 de maio, indicando “preconceito religioso por parte de um pároco do município de Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul”, segundo o UOL.

A fala foi do padre Paulo Santos, da paróquia São Vicente de Paulo e ocorreu durante uma “Missa Solidária, em oração por Rio Grande do Sul”, no dia 8 na igreja, segundo a Folha de S.Paulo.

Declarações do padre

O sofrimento “não vem de Deus” e que o sentimento é inseparável da existência humana. Ele ainda disse que a situação no RS era muito difícil no estado e que amigos e sacerdotes perderam por causa das chuvas.

O religioso fez ainda um “alerta aos fiéis”. “O Rio Grande do Sul há muito tempo abraçou a bruxaria e o satanismo. Há muito tempo o meu povo tem se afastado de Deus. Deus não precisa mandar sofrimento para nossa vida porque ele não faz isso, mas nós mesmos às vezes buscamos na fragilidade humana coisas ruins para nós”, afirmou.

Segundo o padre, o RS é o  “estado mais ateu da federação”. E mencionou ainda que o secularismo, separação entre as instituições governamentais e instituições religiosas, “chegou” no estado.

“Existem mais centros de macumba na cidade de Porto Alegre do que no estado da Bahia inteiro”, disse o pároco.

O MPF vai investigar a suspeita do padre “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

Tragédia

O Rio Grande do Sul tem 162 mortos, 75 desaparecidos, 806 feridos e 467 municípios afetados pelas chuvas , segundo o boletim da Defesa Civil, das 18h desta quarta-feira (22). Há 2,3 milhões de pessoas afetadas no estado. Dessas, 581 mil estão desalojadas e 68,3 mil estão em abrigos.

Fonte: IG.

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